sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Antigos poemas


Pensamento vago, entre a leitura de letras quase ilegíveis. Letras escritas em um caderno rasurado e com poucas folhas. Caderno simples que remonta os dias de chuva em que ia para a escola. Caderno que ficava na gaveta da parte de baixo do meu berço, onde os sonhos me faziam viajar, nas terras dos desejos impossíveis, mas que se faziam reais no sonho como algo tão natural, que parecia real de verdade, imortal.

Vou derramando as lágrimas novamente ao ler esse caderno. Pois, já havia chorado antes, quando li aquelas palavras pela primeira vez, enquanto eu mesmo escrevia em meio aos recreios da segunda série. Poemas desajustados, porém, que falavam muito dos amores de minha infância, das minhas pequenas loucuras de menino, das traquinagens, mesmo diante do medo, e dos momentos de saudades que já pesavam em mim em pequenas medidas.

Autor: Anobelino Martins

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Chapolin Colorado, meu herói


Meu herói tinha muitos medos, porém era muito corajoso, porque mesmo tendo medo enfrentava o perigo. Sempre antes de lutar contra o mal dizia: "eu vou, eu vou..." Como se quisesse uma desculpa para não ir. Porém, quando aproveitavam da nobreza dele, claramente não hesitava, ia à luta, enfrentava o medo, salvava os inocentes do perigo.

Meu herói não tinha grandes poderes, a sua força era a esperteza, mesmo não sendo tão inteligente. Dizia com muita firmeza: “A inteligência jamais será detida pela força bruta”. Sua marreta biônica era a sua arma principal, com ela ele fulminava os inimigos. As pastilhas de nanicolina deixavam ele menor do que já era, mas era a sua arma secreta, que garantia a vitória sobre os bandidos.

Meu herói além de salvar o mundo das forças do mal ensinava valores como a compaixão, a amizade, a bondade, o perdão... Defendia o bem, buscava a harmonia entre o mal feitor e a vítima, levava o bandido a se arrepender e a vítima a perdoar. Queria a paz e não a guerra, lutava quando já não tinha alternativas. O meu herói nunca matou ninguém, ele era o inverso, ao invés de matar o bandido, o salvava da vida criminosa. Ele buscava ressocializar os ladrões, que prometiam mudar de vida. Este foi o referencial de herói que tive durante toda a minha infância e até hoje. 


E o mais interessante, meu herói era como eu, carregado de falhas, de defeitos. Que se tremia enrolado embaixo do lençol com medo de fantasmas. Que batia na pessoa que pediu ajuda a ele. Que não sabia nem falar um ditado direito. Que atrapalhava mais do que ajudava, mesmo assim era sempre chamado: “Oh, e agora, quem poderá me defender?” Como me sentia orgulhoso quando alguém me dizia: "Você parece com o Chapolin Colorado!"

Caso fosse necessário ele era professor, astronauta, médico, pintor, dançarino, carregador, motorista, lutador de box ou karatê, até boneco de ventriloco se assim fosse preciso... Fazia tudo que fosse preciso para ajudar, mesmo quando não dominava o assunto, mesmo quando não sabia. Mas fazia, justamente porque os vilões não contavam com a sua astúcia.   

Em fim, meu herói era, é e sempre será o Chapolin Colorado. Confesso que quando era criança esperava com muita certeza que ele iria aparecer se eu dissesse: Oh, e agora, quem poderá me defender? Ele nunca aparecia quando eu chamava, mas sabia que na televisão, no canal do SBT, eu iria acha-lo.

Você é o máximo, Chapolin!

Autor: Anobelino Martins

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Adeus, Chavinho


Hoje você se foi e eu fico aqui pensando em tudo que você me proporcionou. Não, não, de fato nunca nos vimos pessoalmente. Infelizmente nunca tive a graça de me encontrar com você. A vida não me deu este presente incomensurável. Mas mesmo sem nunca ter te visto você me proporcionou muitas alegrias.

Desde muito pequeno ouvi teu nome, nome do teu personagem que é o teu mesmo. Não vejo possibilidade de separar teu personagem de ti. Cresci te ouvindo, te vendo e te imitando. Você me ensinou muito sobre a vida. Foi meu primeiro professor, as primeiras piadas que ouvi foram tuas e aprendi a gargalhar através de você. Contigo aprendi que o dinheiro não compra a felicidade, que para ser super herói não precisa ter grandes poderes, que a vingança nunca é plena e que as pessoas boas devem amar seus inimigos.

Minha infância foi vivida na tua vila, eu estava lá sem ninguém ver, estava escondido como se tivesse tomado uma pílula encolhedora. Estava lá invisível quando nos meus olhos refletiam aquele cenário diante da TV. Você sempre me arrancou lágrimas, isso porque várias vezes chorei de rir vendo tua turma. Muito chorei também vendo tuas cenas reflexivas e melancólicas, assim como choro agora com a melancolia deixada aqui com a tua partida.

Você foi embora, deixou a vila do cortiço para sempre. Foi embora “com a cabeça lá no alto” e com “a consciência limpa” de alguém que não roubou nada. Não roubou a inocência de ninguém, pelo contrário, foi com a inocência que você nos conquistou. Não roubou nossa infância, ao contrário, interpretando uma criança você fez com que todos os adultos voltassem a ser crianças. Você não roubou nossos sonhos, ao contrário, nos ensinou a sonhar! Por isso e muito mais, hoje meu coração se entristece. Você foi embora... O meu herói se foi!

Vai com Deus Chavinho, Ele com certeza dará o teu merecido sanduíche de presunto! Adeus Chespirito, você significa muito para mim!

Autor: Anobelino Martins
http://www.anobelinomartins.com.br/

sábado, 8 de novembro de 2014

Ode a poesia

Um texto de Luiz Cleysson

Eu sempre que leio ou ouço alguém recitar um poema, sinto muito logo rapidamente minha alma e os meus sentimentos transcenderem. Me fragilizo, me sensibilizo, e às vezes, algumas poucas vezes (como hoje) eu choro. Ao ouvir a suave brisa das palavras harmoniosas, inspiradoras e excelsas do Vate, adentro-me intrepidamente no universos das estampas donde tudo é meigo, suave e amoroso.

Logo me questiono: poderia o homem viver sem a arte da poesia? Instantaneamente decido e determino que não! De onde tiro esta conclusão?Ora, da vida, das pessoas, das circunstancias. Tudo me remete a poesia. Afinal, diga-se de passagem, que poesia não se restringe tão somente as palavras ditas, mas é também, todas as substancias que em nós são transformadas pela presença de uma companhia amiga.

Poesia é também, todas as vibrações que atraem aqueles nossos amores, ou até mesmo, o elevar do corpo e da alma que fora tocada por uma boa e inestimável música francesa. - Ah, a propósito, aproveitando a oportunidade gostaria de lhes sugerir que ouvissem "Zaz". Venerável Zaz! Deusa dos olhos esverdeados, dos cabelos aprimorados, e da voz estrangeira mais requintada e alucinante que já pude ouvir.

Sua voz e suas letras me preenchem de abundante contentamento. - Recapitulando o que dizia, o homem é incapaz de renegar a poesia. Ela, a poesia, eu digo, se encontra em todos os traços, em todas as aparências, em todos os suspiros, em todos os olhares e em todos os gestos.

A poesia é fervor, é ardor; é a comoção mais vital e legitima que se pode ter da vida! Quem, por favor me diga, nunca pode apreciar da aventura de ter vivido amores rebeldes e proibidos, tão somente a princípio, crimes do pensamento e do sentimento, e que posteriormente mais tarde emergiram como crimes da carne? Ou quem, nunca vislumbrou devaneios adolescentes indubitavelmente compostos por uma complexidade escassa de praticidade e recheada de intensos conjuntos de ideias diversas, contudo também, de descontroles? Hã, quem "nunca"? Se você "nunca", deverei certificar-me do cumprimento do oficio, a mim pré-estabelecido por natureza, de aprontar-me em cuidar do preparo de suas exéquias.

Eu, o executor humano das leis naturais da vida, me distingo como vida. Pois sou duvida, sou santo, sou pecado, sou amargo, sou amor, sou profano, eu sou poesia! Quem não aspira poesia, não pode conceber em uma conjuntura de conclusões lógicas, a possibilidade de se quer, ser animal!


Autor: Luiz Cleysson 

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Meus leitores #1

Jehnyfer Mariano 

''O livro só amar em versos é inspirador, me remeteu a diversos momentos vividos. Retrata vários sentimentos que até então não tinha encontrado palavras para descrever''. (Jehnyfer Mariano)



Adquira já o livro Só amar em versos na loja de Editora Gogó da Ema. 

sábado, 19 de julho de 2014

Um eterno adeus de saudade

Como muitos dizem: Foi bom enquanto durou!

Pois é, chegou a hora de dizer adeus. Triste tarefa que tem que ser cumprida, estabelecida pelo tempo e mortificante para quem agora terá que se contentar com a saudade.

Agora tenho que dizer adeus! Mas antes, queria te dizer que foi muito, muito marcante, os momentos que passamos juntos. Foi muito bom tudo o que fizemos. Bom enquanto durou, como muitos dizem. Tive a alegria de ver você nascer! Ainda lembro as feições do teu rostinho recém-nascido. Parece que foi ontem.

Com você vivi muitas aventuras, ultrapassei obstáculos, venci barreiras, desbravei horizontes. Até para o céu você me levou, um céu estrelado, me fazendo contemplar um paraíso de belezas e magnitudes.

Pois é meu amigo, o tempo passou e agora chegou à hora de findar nossos laços. Não poderemos mais nos ver, nem tão pouco compartilhar nossos momentos que agora ficam lá no passado. Momentos emocionantes, marcantes e até mesmo eletrizantes.

Tomamos café da manhã juntos, almoçamos, jantamos, fizemos compras, jogamos futebol, passeamos, fizemos viagens longas, cantamos... Enfim, eu e você éramos apenas um, sem você eu não ia tão alto, sem mim você não voava.

Ficam as fotografias como marca do que vivemos. Sempre vou lembrar de você e para onde eu for, sei que você estará comigo. Adeus, meu amado Pou!

Att: Anobelino Martins

Termino com um trecho da música do rei Roberto Carlos e com algumas fotos que marcaram nossa amizade.

“Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”!














terça-feira, 6 de maio de 2014

Hino de São Luís do Quitunde


Letra e Música: Moacir Fernandes Gouveia
Intérprete: Tadeu Barbosa dos Santos

Bandeira branca e amarela
Verde azul da cor de anil
Um futuro brilhante te espera
Para a glória deste meu Brasil.

És o pendão da esperança
Nos os teus filhos te bendiz
Tu serás uma eterna lembrança
Deste povo de São Luís.

Salve ó terra gloriosa
Laureada de belezas mil
És a luz vibrante e formosa
Que ilumina este imenso Brasil.

És minha terra querida
Berço de um povo varonil
São Luiz do Quitunde és a vida
Que embeleza este céu de anil.

Tua indústria açucareira
Para a grandeza do país
Santo Antônio, usina altaneira
O orgulho de São Luís.

Acordar


Ele abriu os olhos lentamente depois que o despertador tocou por 15 minutos, estagnado na cama e sem disposição para levantar disse:

-Esta é a primeira batalha do meu dia cheio de obstáculos, a primeira que me parece a mais difícil! Ahhh, só mais 2 minutinhos...

Então fechou os olhos e adormeceu mais uma vez, imediatamente sonhou que era um guerreiro da idade média que tinha a missão de matar dois dragões que guardavam a floresta encantada de Montfort, onde estava a princesa que vagava perdida, esperando seu salvador. 

Então imediatamente ele deu um pulo da cama, se sentou e pensou:

-A princesa que me desculpe, mas agora eu só durmo à noite, e quando não estiver mais aguentando de sono. Assim não dá, dormir tá dando mais trabalho que acordar pra ir para o trabalho! Que mundo é esse meu Senhor!

Autor: Anobelino Martins

sábado, 12 de abril de 2014

A cheia de 2000 e 14 anos de abandono

Folheando as páginas do jornal impresso da Gazeta de Alagoas encontrei um texto com um titulo bem familiar: “A cheia de 2000 e 14 anos de abandono.” Logo percebi que o texto do Jornalista Severino Carvalho estava se referindo a cidade de São Luís do Quitunde. Não há como não pensar diferente já que enfrentamos no ano 2000 uma enchente devastadora, e venhamos e convenhamos, de lá pra cá a cidade não avançou, ao contrário estagnou e continuamos no mesmo ponto de 14 anos atrás.

Segue o texto do Jornalista Severino Carvalho extraído do Jornal impresso da Gazeta de Alagoas.

São Luís do Quitunde – Abandonado, o prédio histórico da Escola Estadual Messias de Gusmão é um monumento em pandarecos à insensibilidade e ao descaso do governo do Estado. A unidade de ensino foi desativada durante o rigoroso inverno de 2000, quando parte do teto desabou. O imóvel acabou condenado ao esquecimento por 14 anos seguidos.


Pelas bancas da Messias de Gusmão já passaram dois ex-governadores (Divaldo Suruagy e Lamenha Filho) e a maioria dos quitundenses que hoje possui entre 40 e 50 anos de idade. São pessoas a exemplo de dona Maria de Fátima Medeiros que, além de estudar, trabalhou na escola como merendeira.

 Fátima nutre um misto de saudade e revolta quando se refere à escola. Postada em frente ao combalido prédio, onde o filho comercializa lanches em uma barraca sobre a calçada do entorno, ela recorda a fase áurea da unidade de ensino, em contraste com a atual situação de abandono.
“Eu lembro que essa escola tinha o piso de madeira, as salas eram bastante amplas e tinham uns janelões”, lembra Fátima. Para ela, o governo do Estado já deveria ter tombado e restaurado o imóvel, construído em 1923, na Avenida Doutor Fernando Sarmento.
O cadáver empedernido da Escola Estadual Messias de Gusmão resiste ao tempo, tomado pelo mato. Do prédio, restam as paredes trincadas e a fachada desbotada. Nas calçadas, nem sinal dos estudantes. Comerciantes instalaram barracas para vender de lanches até CDs e DVDs piratas.
A escola só é lembrada na época das campanhas eleitorais. “O palanque das autoridades fica logo ali, em frente. Aí, o político grita de lá e aponta: ‘quando eleito, vou restaurar aquela escola’. Mas entra governador, sai governador e a escola continua assim: abandonada”, criticou o carpinteiro Amós Domingos de Souza, 56.

Nos fundos da escola, jaz o mobiliário que um dia foi utilizado no interior da unidade de ensino: um amontoado de cadeiras e bancas apodrecidas e enferrujadas. Moradores da região reclamam que o acúmulo do material em decomposição atrai insetos e outros animais indesejáveis.

A Escola Estadual Margarida Pugliesi acabou absorvendo todo o alunado da unidade Messias de Gusmão. Única escola da rede estadual no município, o estabelecimento de ensino convive com a superlotação e problemas estruturais comuns à maioria das escolas que fazem parte da 10ª Coordenadoria Regional de Educação (10ª CRE). SC ‡

Anobelino Martins
Twitter: @Anobelino

segunda-feira, 31 de março de 2014

Águas de março

Março é o mês em que se inicia o outono, estação das folhas. O terceiro mês do ano é sem duvidas carregado de razões para festejar...


E hoje acaba o mês de março, e com ele se vai tanta coisa boa vivida por todos nós!

O mês de março é muito especial para mim, é mês em que comemoro o meu aniversário. 

E quero aproveitar o ensejo para agradecer a todos aqueles que me parabenizaram no dia 15 de março. Muito grato por todo o carinho e paciência das pessoas que me rodeiam.

Março é o mês em que se inicia o outono, estação das folhas. O terceiro mês do ano é sem duvidas carregado de razões para festejar, celebrar, cantar a vida, a família e os amigos...

Por isso deixo para os meus caros leitores e amigos, no fim deste mês, em forma de agradecimento, a canção ÁGUAS DE MARÇO, de Tom Jobim, interpretada por Elis Regina e o próprio Jobim. Fiquemos com esta linda composição.

Que as águas de março lavem as nossas tristezas e dores! Celebremos o dom da vida!

Autor: Anobelino Martins

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Anobelino Martins apresenta seu primeiro livro


O livro Só Amar em Versos traz poemas que falam de sentimentos que fazem parte da vida. Alguns poemas vêm acompanhados de ilustrações, tudo feito a fim de passar a mensagem de que o amor é algo bem maior do que podemos imaginar.

Lançamento do livro em 16 de fevereiro de 2014 

O livro está disponível para venda através do site da Gogó da Ema Editora (http://gogodaemaeditora.com.br/produto.php?cod=024).

Agradeço a cada leitor do meu blog, a cada pessoa que me incentivou e ajudou no processo de edição do meu primeiro livro e a todos aqueles que sempre estão acompanhando o meu trabalho.

@anobelinomartins

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Noite de autógrafos marca o lançamento do 1° livro do quitundense Anobelino Martins

Evento histórico: Só Amar em Versos é o primeiro livro lançado na cidade de São Luís do Quitunde

Texto e fotos: Gin Santos


Há muito tempo São Luís do Quitunde não presenciava um evento, de tamanha grandeza e importância cultural, como o do último sábado (15 de fevereiro de 2014). Está noite entra para a história da cidade, o poeta escritor quitundense Anobelino Martins lança a sua primeira obra, o livro Só Amar em Versos, devolve a nossa cidade ao cenário literário.

O momento é histórico e merece todo registro para posteridade, os quitundenses têm o dever de aplaudir esse literato que surge com tanta vontade de mostrar o seu trabalho e de fazer com que a cidade deslanche para a literatura.

Apesar de São Luís do Quitunde ser berço natural de alguns autores consagrados do passado, em toda a história da cidade, nenhum livro foi de fato lançado em solo quitundense até agora.

O evento:

O Restaurante Lá em Casa foi o local escolhido para essa grandiosa noite de lançamento e de autógrafos. Estiveram presentes autoridade locais e visitantes, além de familiares e amigos convidados.

Durante o evento aconteceram declamações de poemas do autor, nas vozes de Adriano Nascimento, Liliane Lopes, Avaristo Martins. Além de interpretações musicais com os irmãos do poeta, Avaristo e Arivaldo Martins que reversaram no vocal, violão e percussão, com as participações especiais de Keila Bachot e Alice Mendes.

O também poeta, Carlinhos Nordeste, fez a sua poesia brejeira em homenagem ao conterrâneo. Ginaldo dos Santos destacou a importância da obra literária para a cidade e ressaltou a Família Martins, os filhos de Seu Abdias, que se destacam em diversas áreas do conhecimento humano.

O pároco da cidade de Passo de Camaragibe, Padre Antonio Junior, marcou presença e agradeceu por Anobelino Martins enveredar pela literatura, “a cidade de São Luís só tem a ganhar com isso”, enfatizou. O pároco de São Luís do Quitunde, Padre Arnaldo Bernardo, também esteve presente e parabenizou o poeta, falou que ele estava realizando o sonho de muitos de nós, que não temos, muitas vezes, coragem de se aventurar ou mesmo de levar adiante os nossos projetos.

O irmão do escritor, o repórter Abidias Martins, fez um discurso emocionante, numa cronologia maravilhosa ele contou a trajetória do seu irmão e do apoio do seus pais que sempre fizeram o que puderam para ver seus filhos estudando, coisa que na época deles nunca tiveram a oportunidade de chegar até o fim dos estudos.

Também estiveram presentes o prefeito da cidade, Eraldo Pedro, e os ex-prefeitos Júnior Pedro e Demerval Tenório (Tuta), com os seus respectivos apoiadores. A festa seguiu com os autógrafos, boa música e muitas fotos de lembranças dessa noite marcante em São Luís do Quitunde, que muda para sempre o cenário literário da cidade.

Acompanhe a entrevista dada por Anobelino Martins, sobre o seu primeiro livro, no dia 17 de fevereiro de 2014.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Reserva Ecológica Santo Antônio no programa Terra e Mar

Foi destacada na matéria a fabricação artesanal dos produtos feitos  com o cipó Titara, que é extraído da própria região.

Anobelino Martins


No dia 20 de dezembro de 2013, a equipe do programa Terra e Mar, da TV Gazeta, esteve na Reserva Ambiental Santo Antônio, onde realizaram uma matéria sobre a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável realizado na Usina Santo Antonio.

A reportagem foi feita com a intenção de mostrar as riquezas naturais de São Luís do Quitunde. Foi destacada na matéria a fabricação artesanal dos produtos feitos com o cipó Titara, que é extraído da própria região. Assim também como a preservação da mata ciliar e o reflorestamento com a plantação de mudas.

Ainda foram exibidas na matéria as belezas naturais da reserva, com a sua flora e fauna.

Acompanhe agora o vídeo com a reportagem do programa Terra e mar que foi exibido neste ultimo sábado (18). 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Já está à venda o livro 'Só Amar em Versos'

A primeira obra publicada do quitundese Anobelino Martins.


Já está disponível para vendas o livro Só amar em versos. A obra de Anobelino Martins, já pode ser adquirida através dos telefones (82) 9353-9014, 8149-2202, 9349-7514 ou através do site da Gogó da Ema Editora

O livro poético-romântico nasceu com a intenção de oferecer um pouco de sentimento num mundo marcado pelas desordens causadas por frustrações e pelo desestimulo em amar.

Com poemas e ilustrações, Anobelino Martins procura mostrar que amar vai bem mais além do que podemos imaginar. “É se doar incansavelmente, é se entregar sem medo e sem calcular ganhos ou prejuízos”, diz o autor. 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Tem de tudo no Busão

Um cordel de Abidias Martins


"Tem de tudo no Busão" é uma literatura de cordel, da autoria de Abidias Martins, que retrata a realidade diária de todos aqueles que usam o transporte público de Maceió. 

Durante o enredo são relatadas histórias reais de pessoas que sobem e descem dos coletivos, seja para trabalhar, estudar ou mesmo para o lazer. Lotação, cansaço, aperto, brigas e muitas outras situações ganham um tom poético com uma pitada de bom humor. 



Boa noite, minha gente
Seguro neste papel
Para contar sem demora
Numa história de cordel
Os fatos do dia a dia
Transformando em poesia
Uma realidade cruel

Peço aos amigos jornalistas
Que prestem muita atenção
RP já vá pensando
Em alguma solução
Pra resolver um problema
O que escolhi por tema:
“TEM DE TUDO NO BUSÃO”

Quem é que nunca pegou
Um ônibus véio lotado?
Cheio de gente suada
Um ou outro engraçado
Preto, branco, pobre, rico
Um mais feio outro bonito
Fica tudo misturado

Existem algumas coisas
Que acontecem lá dentro
Que deixa a gente assustado
Porque a qualquer momento
Uma briga ou discussão
Xingamento ou palavrão
Deixa o busão barulhento

Umas sete da manhã
Aconteceu certo dia
Um homem no apertado
Encostou com a baiguia
No braço de uma mulher
Acredite se quiser
Começou a latumia

Se sentindo ofendida
A mulher pegou dizer:
O senhor não tem vergonha
Tá encostando, por quê?
Eu ainda sonolento
Meio lerdo, meio lento
Comecei a entender

Foi aí que o rapaz
Virou-se todo enraivado
Disse: a senhora me respeite
Eu tomo muito cuidado
Só que você está dizendo
Que eu encostei querendo?
Agora fui acusado!

Você vai ter que provar
Essa sua acusação
Me deixando encurralado
Aqui dentro do busão
Todo mundo vai pensar
Que eu quis aproveitar
Isso não aceito não.

Lhe digo, minha senhora
Sou homem trabalhador
Tenho esposa, tenho filho
Tenho história e valor...
Esse cabra falou tanto
Que eu chega vi o espanto
No rosto do cobrador

O cabra fez um escândalo
Que assustou todo mundo
Gritava, dava esparro
Que até o povo do fundo
Parou pra observar
O cabra se declarar:
Não sou nenhum vagabundo!

A mulher ficou calada
Em meio à situação
Certamente envergonhada
Por causa da discussão
E acredite, você
Não consegui entender
Quem é que tinha razão

Outro fato que é comum
E também interessante
É você se deparar
Com vendedor ambulante
Que apela mais do que tudo
Existe até gente mudo
Se você vê não se espante

Boa tarde, pessoal!...
Começa a saudação
Geralmente a pessoa
Conta uma situação
Que é pra emocionar
Comover e terminar
Com o dinheiro na mão

Alguns parecem artistas
Têm jeito de vendedor
Apresentam o produto
Com um carisma encantador
Que é difícil não comprar
Pra quem sabe apresentar
Tudo passa a ter valor

Agora tem tanta gente
Que chega desmotivado
Nem sabe o que está vendendo
Fala tudo enrolado
O povo acha até graça
Ou ele tomou cachaça
Ou pensa que é engraçado

Instituto Manásseis
Este nome é conhecido
São jovens que nesta vida
Buscam um novo sentido
Sobem e descem do busão
Com uma mochila na mão
Sempre fazendo um pedido

Me ajudem, minha gente
Que eu vim de outro estado
Perdi tudo em minha vida
Já fui um jovem drogado
Maconha, crack, loló
Cocaína, cola e pó
Já consumi um bocado

Eu não quero atrapalhar
A viagem de vocês
Me ajudem se puderem
Porque daqui ha um mês
Eu estou recuperado
Vou deixar de ser drogado
Pra trabalhar outra vez

É aí que o rapaz
Faz a distribuição
Para cada passageiro
Dá um produto na mão
Diz: É sem nenhum compromisso
Só segure que com isso
Você me dá atenção

O valor deste produto
É apenas dois reais
Mas aceito doação
Se você quiser dar mais
Jesus vai te abençoar
Sua vida transformar
E expulsar o satanás

Mas se você não puder
Não vou ficar chateado
O importante é a intenção
Mesmo sem ter ajudado
Eu vou passar recolhendo
E já vou agradecendo
Valeu e muito obrigado

Eu já ia me esquecendo
De deixar uma citação
Os que confiam no Senhor
São como os montes de Sião
Que não se abalam facilmente
Mas permanecem para sempre
Amados, paz e unção!

São tantas situações
Que a gente vê todo dia
Gente que passa do ponto
E depois faz baixaria
Grita: abra a porta motor
Reclama com o cobrador
Chega me dá agonia

Mas também tem muitas vezes
Que a culpa é do motorista
A pessoa dá com a mão
E o cabra vira a vista
O ônibus passa lotado
Você fica abestalhado
Do outro lado da pista

Dá uma raiva da gota
É um sufoco danado
Aperto, calor, barulho
Deixa a gente aperreado
O sangue chega até sobe
O quanto é ruim ser pobre
Eita vida de lascado

Basta ter um acidente
Que a coisa fica infernal
Já vi gente desmaiar
Vi outros passado mal
Tinha véia que pedia
Pra descer porque podia
Ir parar no hospital

E aquele povo chato
Que pensa que está sozinho
Leva uma caixa de som
Topa o volume todinho
Uma zuada da peste
Se quiser fazer um teste
Pegue o “Centro/Jacintinho

Se ao menos os camaradas
Soubessem escolher o som
Tipo Pablo do Arrocha
Eu ia achar até bom
Mas é reggae de mau gosto
Ou um funk muito escroto
E ainda em alto tom

Não é fácil pra ninguém
O problema é constante
Criança, homem, mulher
O velhinho e o cadeirante
Guerreiros sobreviventes
De um sistema indiferente
E altamente angustiante

A vida de motorista
E também de cobrador
Talvez seja a mais difícil
Nesta luta, meu senhor
Risco de ser assaltado
Ou mesmo até baleado
Por um ladrão amador

O certo é que o nosso povo
Apesar de tudo isso
Permanece trabalhando
Assumindo compromisso
Enquanto nada é feito
O problema é que o eleito
É sempre um governo omisso

“São Francisco” nos acuda
Pedimos por “Piedade”
O problema é “Real”
É muita dificuldade
“Macayó” mudou de nome
Só não acabou com a fome
De justiça e igualdade




Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...